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DUTO

ALÉM DA MÚSICA

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A atmosfera do subúrbio carioca traduzida em MADE IN MADUREIRA

epramonzin

 

Na próxima sexta-feira, 24, Ramonzin lança seu primeiro EP pela gravadora Universal Music Brasil. O intitulado Made in Madureira traz consigo a memória das ruas suburbanas. E é um convite a mergulhar numa atmosfera de rItmos genuinamente autênticos. A obra fala sobre raízes, sobre reconhecimento e pertencimento a um lugar. Dizem que é possível rodar o mundo e ter a sensação de estar em casa num lugar específico. Made in Madureira é para fazer você se sentir transbordando e acolhido pela vida pulsante que só o subúrbio carioca tem.

Cada música é um retrato particular, que compõem os traços culturais da zona norte carioca. Nele, é possível entender a coesão dos gêneros, sejam quais forem, de forma plural e  bem amarrado nas particularidades que as unem; ritmos originalmente periféricos.  A obra trafega pelo rap, pelo funk, o samba de raiz e um característico bolero boêmio. Renovando estilos antigos e inovando atuais, carregando em sua essência, uma disposição vanguardista com discurso provocador e atemporal.

Ramonzin trata a retórica e a musicalidade com muita propriedade no que faz. E conduz essa viagem imprimindo sua óptica, de forma verdadeira e legítima.  Com arranjos sofisticados e uma pegada marcante na voz, Made in Madureira é um bombardeio sonoro.   

As faixas do EP por Ramonzin

Ramonzin se sente realizado em sua nova fase artística.

Ramonzin se sente realizado em sua nova fase artística.

MADE IN MADUREIRA

"O nome que leva o título do EP, define nessa faixa, tudo aquilo que me participa como negro, jovem e periférico. Quando você é o principal agente passivo de todos os absurdos sociais e históricos, falar sobre isso, torna-se uma obrigação moral. Porque está diretamente ligado à virtudes que me definem e a posição que ocupo dentro deste espaço; enquanto indivíduo consciente do seu valor e daquilo que me pertence.
Eu e Rafa queríamos fazer algo mais diferente das outras faixas e inicialmente bolamos um trap. Mas aí pensei, porque não um funk? Qualquer estilo, seja qual for, só se faz válido se houver  verdade. Eu, nascido e crescido no subúrbio, frequentador dos bailes de comunidades, pude ver  legitimidade que tinha sobre fazer isso. E não foi diferente, o discurso é forte e a batida tem a pegada favela Made in Madureira!  A música fala de preconceito, sobre nossa história, da nossa linguagem e principalmente, como permanecemos firmes na luta diária das diferenças  de cor e classes.
Essa canção, eu fiz a mais ou menos há um ano.  Estava ouvindo o disco novo da Elza Soares e percebi um trecho de instrumental que conversava muito bem com o que queria fazer. Na verdade eu estou em uma nova fase de composição, onde pouco tenho buscado inspirações; tenho construído minhas letras no silêncio. Mas o loop era viciante e através dele comecei a construir a letra e sua lírica.
A música fala verdades, sobre uma cidade cheia de complexos e preconceito. Oportuno e acima de tudo, necessário expor. A verdadeira luz, não é a que te ilumina e sim a luz que você ilumina o outro".

CAÔ

"Essa música é uma construção nova, mas veio de uma antiga ideia não construída. Eu tinha um loop de samba que um amigo tinha me passado a alguns anos,  pra dar estudada nele  e ver o que saia. Bom, não saiu nada. O loop era forte, um samba carregado e lento, não tava conseguindo achar a melodia nem a letra certa. Sabia que tinha que amadurecer mais pra chegar nele. Deixei de lado, mas guardei.
Anos depois eu tava na pilha de fechar um samba, e a história do novo trabalho pedia tambem. Daí numa noite dessas, deixei o loop rolar madrugada a dentro em casa e fui criando a letra. Impressionante como o tempo age nessas horas, o que não conseguia fazer antes, naquela noite fluiu muito rápido e casou perfeitamente.
Rafael Tudesco fez a cama e Mafram mais uma vez quebrou na percussão, Nina Black mandou um coro que deu brilho no som e Douglas Soul gravou linhas de flauta.
Caô é uma música que trata de atualidades, questões políticas e principalmente do cotidiano tumultuado carioca. A correria de muitos e o lazer de poucos, a corrupção, o crime, as diferenças sociais e o jeito brasileiro de se virar, literalmente. Um pouco de como valores individuais afetam no coletivo.    
O clipe (Produzido pela Polvo Content, direção Gustavo Tissot), traduz bem essa atmosfera. Fiz questão de ser o mais real possível nas imagens. Fizemos o clipe na minha própria casa, onde quis passar um dia do meu cotidiano. Um ser humano comum, que vive sua rotina honesta,  cotidiana e que não aguenta mais tanta humilhação causada por um sistema que  suga sua força de trabalho e suor. Vivendo um dia de fúria, toma providências por si e desafia o estado. A coletiva manifestação de um homem só".  

VALEI-ME

“Tive um longo caminho de aprendizado e evolução trabalhando ativamente no Rap. Eu sabia que precisava amadurecer mais alguns pontos, que me levariam para outro estágio. Passado esse momento, você automaticamente se provoca a explorar o novo. Nunca pensei em fazer um bolero, simplesmente veio e não ignorei a inspiração daquele momento.
‘Valei-me’ é a junção da contestação social que aprendi no Rap com o amadurecimento musical que construí lentamente, ao longo dos anos. É o lançamento de algo novo, com forte propriedade na retórica comportamental abordada e as raízes que sustentam as características musicais de uma obra eterna"
 

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